Os desafios da medicina esportiva


Entrevista com Dr. Felipe Kalil, médico Ortopedista

Dr. Felipe Kalil em atuação durante um treino da Seleção Brasileira / Divulgação

Dr. Felipe Kalil em atuação durante um treino da Seleção Brasileira / Divulgação

Capacitações e atualizações são somente uma parte de uma série de ações que um médico especialista precisa fazer para manter o seu trabalho eficiente. Na medicina esportiva, por exemplo, a exigência tende a ser ainda maior, visto que os profissionais trabalham nos bastidores de uma busca constante por resultados.

Compreende-se aqui como medicina esportiva toda a promoção do bem-estar ou intervenção para melhoria de desempenho de atletas das mais variadas modalidades, sejam eles profissionais ou amadores. O exercício da atividade física exige o acompanhamento médico, por isso é imprescindível que um time de futebol, por exemplo, tenha como aliada uma equipe multidisciplinar de experts. E é isso que confirma o nosso entrevistado, Dr. Felipe Kalil, médico Ortopedista, membro titular da Sociedade Brasileira de Ortopedia e Traumatologia, da Sociedade Brasileira de Cirurgia do Joelho e da Sociedade Brasileira de Artroscopia e Traumatologia do Esporte.

Segundo ele, o diálogo interdisciplinar é de suma importância não só para os atletas, mas para todos nós. “O cérebro, o metabolismo, a parte locomotiva e a saúde como um todo precisam estar em dia para o funcionamento correto do corpo. Quanto mais profissionais de alto gabarito e conhecimentos diversos estiverem atuando com um mesmo paciente, melhor será a qualidade do tratamento oferecido.”, relaciona.

Mais especificamente sobre esporte, se você é fã ou acompanha notícias, provavelmente ouviu falar no nome de Dr. Felipe Kalil. Ele, Dr. Rodrigo Lasmar e Dr. Otaviano Oliveira foram os responsáveis por uma das cirurgias mais emblemáticas da seleção brasileira. Em 2018, pouco antes da Copa do Mundo da Rússia, Neymar (que dispensa apresentações) precisou passar por uma cirurgia no pé direito. O Paris Saint-Germain e a CBF descreveram a operação como “perfeita” para a imprensa na época. “Foi uma experiência muito singular na vida de todos nós”, afirma Felipe. Para ele, além de todo o quadro clínico do atleta e todos os procedimentos cirúrgicos que seriam realizados, existia uma grande expectativa ao redor do resultado e de tudo que iria acontecer com o craque.

Jogador Neymar, Dr. Felipe Kalil e equipe após a cirurgia.

Jogador Neymar, Dr. Felipe Kalil e equipe após a cirurgia / Divulgação

Atualmente, o médico atua como assistente da Seleção Brasileira de Futebol ao lado de profissionais tão gabaritados quanto ele. Quando questionado sobre os desafios de ocupar uma posição com essa, ele responde que o maior deles é, sem dúvida, oferecer todo o suporte para esses atletas de elite para que eles rendam e estejam saudáveis para participar das mais relevantes competições do mundo. “Todo cuidado médico tem que estar à altura da capacidade técnica que eles possuem.”, constata.

 

Para quem pretende trilhar o mesmo caminho…

“Ame o que você faz, tenha interesse, queira sempre se qualificar e estudar mais. Citando uma frase do professor americano Jack C. Hughston, a Ortopedia é muito de anatomia, associado a um pouco de bom senso. Essa é uma boa receita para começar na carreira.”

Dr. Felipe Kalil.

Carreira

Além de ser médico assistente da Seleção, Dr. Felipe realizou fellowship (especialização custeada por competências acadêmicas) em Sports Medicine pela UPMC em Pittsburg University com o professor Freddie Fu, presidente do Departamento de Cirurgia Ortopédica da universidade em questão. Leciona a disciplina de Ortopedia no curso de Medicina da Faculdade de Ciências Médicas de Minas Gerais e possui uma trajetória de 4 anos de sucesso (2016 – 2020) no Clube Atlético Mineiro.